Renata Ricci, , divide o palco com Cláudia Raia em São Paulo

2006


Entrevista :Nova das Oito " Nunca vou mudar meu jeito de ser"

Ela é meiga, carinhosa, simples e tem uma capacidade enorme de conquistar as pessoas. Assim é Renata Ricci, atriz que aos 25 anos ganhou o concurso A Nova das Oito, no programa Caldeirão do Huck, para fazer parte do elenco de Páginas da Vida, de Manoel Carlos.

Renata tem como filme preferido ET, de Steven Spielberg, como música marcante Smile, de Charlie Chaplin e se diz muito desorganizada. Até hoje, esteve presente no teatro, como a Mimi no musical Rent; a gatinha Clarabela que conquistou a criançada no musical Cinderela, de José Wilker, virou Branca de Neve no projeto 100 Anos de Magia da Disney e atualmente é a Ursula March, no musical Sweet Charity, ao lado de Claudia Raia e Marcelo Médici, em cartaz no Citibank Hall, em São Paulo e ainda faz parte da banda Cantrix.

Renatinha conversou com OFuxico e contou um pouco de como foi sua trajetória neste concurso que a deixou com os nervos à flor da pele.

OFuxico – Você disse que seu pai perguntou se valeria a pena participar deste concurso do Caldeirão e você disse que queria tentar...

Renata Ricci – Olha, para nós, artistas, por incrível que pareça, é a maior dificuldade saber sobre um teste. Mas quando vi este, que daria uma oportunidade na novela da Rede Globo, quis participar, até por conta de uma experiência bacana. Muita gente dizia que eu ia pagar o maior mico e eu dizia que não iria fazer mal e queria participar. Deu certo e posso dizer, de boca cheia, que valeu a pena!

OF - Durante suas cenas para o teste, teve algum momento em que você pensou, “xiii, não deu”?
RR – Não. Quer dizer, acho que só na final, porque nós estávamos cansadas e ansiosas, o coração batendo forte. Não é só a pressão do público em cima de você. Tem a parte psicológica de ver, a cada semana, uma amiga indo embora. Na final, senti uma dor de cabeça forte antes da cena. Achei que iria desmaiar. Nos demais testes eu sempre pensava “Seja o que Deus quiser. Se não conseguir, é porque meu caminho era só até aqui”.

OF - Qual a sensação de estar prestes a estrear na tevê e na Globo?
RR – Olha, acho que não caiu minha ficha ainda. Quer dizer, só caiu um pouquinho (risos). Almocei no shopping no domingo seguinte ao dia que ganhei o concurso e as pessoas me pediram autógrafos, fotos. Chega a ser engraçado isso. Ainda não sei que personagem vou fazer. Estou ansiosa, com frio na barriga e feliz ao mesmo tempo. Notei algumas mudanças acontecendo já.

OF - Fez muitas amigas nos bastidores?
RR - Fiz. A primeira na fase em que sobraram cem meninas. Uma delas, que ficou amiga minha, não passou, foi a Camile, que decidiu seguir em frente,m estudar, fazer teatro e disse que se sentiu encorajada por mim. Ela nem me conhecia e me hospedou na casa dela, fiz amizade com toda família. Depois, tive mais contato com a Roberta no final. Mas fiz muitas amigas queridas e continuo contato por e-mail. Tem, por exemplo, a Gabriela Fregoneis que estava entre as 8 finalistas, a Nanda Pontes, a Vanessa Monteiro.

OF – Você disse que toda vez que uma amiga ia embora, você sentia uma dor...
RR – É sim. Muito engraçado isso, pois fiz cenas com todas as meninas das quais tinha mais afinidade e quando elas não eram aprovadas, sentia um vazio, uma coisa estranha. Mas ao mesmo tempo sei que as meninas que não ganharam terão muita chance lá dentro, pois mostraram talento.

OF- Está conseguindo conciliar todos os trabalhos?

RR – Olha, tenho as apresentações do Sweet, ainda não comecei a gravar a novela. Por conta do musical, não tenho conseguido participar de todas as apresentações do Cantrix, que acontecem no Bar Brahma às sextas-feiras e no Restaurante Spetácullo às terças e quintas-feiras. Mas sempre que consigo eu vou.

OF – Como você entrou no musical Sweet Charity?
RR – Foi uma coisa muito louca. Mandei meu material e comecei a torcer. Depois de uns dias, soube que as pessoas aprovadas estavam recebendo mensagens via e-mail. Eu não havia recebido nada e decidi ir atrás e saber quem estava cuidando dos materiais. Descobri e soube que meu material não estava lá. Mais que depressa fui entregar pessoalmente e, logo que me viram, me disseram ter o perfil que queriam. Fiquei! Foram semanas de ensaio vocal, corporal. Uma coisa doida, mas valeu, o espetáculo está lindo.

OF – Você está estudando?
RR – Estou fazendo aulas de canto com Frederico Silveira e de ballet com Marcio Ronguetti. Daí, não dá mais tempo para nada.

OF – Como vai ser a vida daqui pra frente?
RR – Bem, em primeiro lugar, não vou mudar meu jeito de ser. Meus pais sabem disso, pois sabem como me criaram. Dou valor às conquistas, mas não sou soberba. Estou preocupada não em ser apenas a moça que ganhou o concurso e só. Quero tomar as decisões corretas e me manter trabalhando. Estou muito voltada pra isso, ouvindo conselho de todos os mais experientes. Claudia Raia e Marcelo Médici me falam muitas coisas boas de aprender.

Renata Ricci: da Fundação das Artes para a novela das 8

Renata Ricci: da Fundação das Artes para a novela das 8
Escrito por: Diretoria de Comunicação Social


26 de Setembro de 2006

Já estava escrito. Literalmente. Numa carta escrita por Renata Ricci, datada do ano 2000, período em que fazia curso de teatro na Fundação das Artes de São Caetano do Sul, a atriz havia relatado num exercício, durante uma aula, que depois de cinco anos estaria na televisão. Errou por apenas 12 meses, pois o fato está se concretizando em 2006. Renata Ricci venceu no último domingo (17/9) o concurso A Nova das 8, promovido pelo programa Caldeirão do Huck, da Rede Globo. Com o prêmio, a atriz atuará na novela Páginas da Vida (ainda sem data definida).

Para ganhar o concurso, Renata contracenou ao vivo, durante várias etapas, no programa de Luciano Huck, com platéia de 200 pessoas. Esteve em cena com renomados atores como Guilherme Berenguer, Evandro Mesquita, André Gonçalves, entre outros. Além da participação na novela, a atriz, que também é cantora e dançarina, está no elenco do espetáculo musical Sweet Charity, que tem como protagonista Cláudia Raia – a peça, grande sucesso na Broadway, nos Estados Unidos, estreou no Brasil em setembro.

“Durante anos fui me preparando com técnica, emoção, coração vivência e experiência. Agora que meu terreno está fértil, estou preparada e está dando tudo certo na minha vida”, destacou Renata Ricci, nesta quinta-feira (21/9), na Fundação das Artes, depois de gravar um quadro para o Vídeo Show, também da Globo.

Depois de três anos, a atriz voltou para o palco do Teatro Timochenco Wehbi, da Fundação. Acompanhada pelos pais e emocionada, reviu professores e amigos. “Até me arrepia estar aqui (no teatro) novamente. Neste local realizei muitos trabalhos e aprendi bastante”, descreveu Renata, de 25 anos, nascida em São Caetano, mas registrada como paulistana.

A artista estudou na Fundação das Artes de 1999 a 2001, no curso profissionalizante de teatro. Integrou a turma do núcleo 27. Em seu primeiro trabalho em formato profissional (espécie de conclusão de curso), participou do projeto Teatro 3D, com atuações em três espetáculos simultâneos (Fica Comigo Esta Noite, A História de uma Istória (sic) e A Essência e o Tempo), numa temporada de dois meses. “Tem de ter talento, mas sem estudo não se chega a lugar algum. Foi na Fundação das Artes que abri minha cabeça, meu coração e as portas da minha vida”, disse em meio a autógrafos para os fãs e fotos com os colegas.

Seu primeiro diretor, Sérgio Azevedo, professor da Fundação das Artes, observou que durante o curso de teatro Renata se destacava pelo “talento e determinação”. “O resultado do trabalho da Renata demonstra a qualidade da atriz e da escola de artes. Ela está numa atividade de grande visibilidade, mas existem outros inúmeros alunos da Fundação que estão atuando no ramo artístico, em ótimos lugares.”

Lídia Zózima, professora da Fundação, que ministrou aulas para a “Renatinha”, como trata a atriz, enfatizou que a entidade realiza um trabalho importante para o progresso profissional dos estudantes. “É um trabalho sério, que está rendendo bons frutos ao longo dos anos”, considerou Lídia, com a propriedade de quem já ministrou aulas para Fábio Assumpção e outros artistas de renome.

Além de Renata Ricci e Fábio Assumpção, já passaram pela Fundação das Artes de São Caetano do Sul personalidades como Ulisses Cruz, reconhecido diretor teatral, os atores Marcos Frota, Cássia Kiss e André Segati. Também estudaram na escola Eugênio Kusnet, um dos maiores estudiosos de teatro do Brasil, e os músicos Amílton Godoy, Nelson Aires, Roberto Sion e Adenílson Telles, ex-aluno que, desde abril de 2001, está na Orquestra Filarmônica de Berlim.

Renata Ricci vibra com papel na novela das 8 (Paginas da Vida)

Se não fosse pela mãe, a bela Renata Ricci não faria parte do elenco de "Páginas da Vida". Vencedora do concurso "A Nova das Oito", promovido pelo "Caldeirão do Huck" no segundo semestre do ano passado, a atriz paulista de 25 anos só se inscreveu no programa graças à insistência materna. "Minha mãe sempre falava para eu me inscrever. Uma vez não quis, outra esqueci, mas no ano passado resolvi arriscar", contou.

Na trama das oito da Globo, Renata encarna a fotógrafa Luana, amiga de Isabel, vivida por Vivianne Pasmanter. No passado, a Luana trabalhou como assistente da Isabel e agora elas voltam a se encontrar. Apesar da inexperiência, a atriz conta que logo no primeiro dia ficou à vontade no set de gravação. "Na verdade, só me dei conta de onde estava quando topei com a Regina Duarte. Mas ela foi tão fofa comigo que fiquei tranqüila", relembrou.

Apesar de não saber quase nada a respeito do futuro de sua personagem, Renata acredita que o autor vai mantê-la na trama até o fim. "No concurso ganhei uma personagem e não uma aparição na novela. Tudo depende de como a história vai se desenrolar", torce. Já familiarizada com os colegas de elenco e com o ritmo de gravação, a atriz admite que, no início, sofreu um pouquinho para se adaptar ao universo televisivo. "Nunca tinha feito tevê antes. Então não conhecia muitos termos usados pelos diretores e atores. Mas a Vivianne me deu vários toques", revelou.

Para chegar à grande final do concurso "A Nova das Oito", Renata teve de penar. Na primeira fase, disputou com outras 999 candidatas. Depois, foram dois meses participando de eliminatórias — que incluíram encenações com atores convidados e avaliações de jurados. "Todo mundo, desde o dia que falei que tinha me inscrito, dizia que eu ia vencer. É muito estranho isso. Parecia que a vaga era para ser minha", orgulha-se.

A vontade de seguir a carreira de atriz vem desde a infância. Desde os 5 anos de idade, Renata fazia aulas de balé, teatro e canto. Mas não foi desde o princípio que ela recebeu o apoio dos pais. Quando começou a atuar, eles pensavam que fosse tudo "fogo de palha", uma brincadeira de criança. "Mas quando viram que o negócio era sério, me apoiaram bastante. Aliás, minha família é o que me dá mais força até hoje", emociona-se.

Formada pelo curso de Teatro da Fundação das Artes de São Caetano, antes de estrear na Globo, Renata já havia participado de vários musicais e peças infanto-juvenis. Atualmente, além de estar gravando "Páginas da Vida", ela está no musical "Sweet Charity", em cartaz em São Paulo e estrelado por Cláudia Raia. Paralelamente ao musical e às gravações da novela, a atriz ainda arranja tempo para se dedicar à banda Cantrix, da qual faz parte. "Faço alguns shows esporádicos, mas tanto na banda quanto no musical tenho substitutas para cobrirem minhas faltas", explicou.

Feliz com o seu papel em "Páginas da Vida", Renata torce para continuar por muito tempo gravando no Rio de Janeiro. Por enquanto, a atriz tem gravado poucas cenas e, por isso, tem conseguido ir e voltar a São Paulo. Mas, se morar de vez perto dos estúdios de gravação da novela, ela terá de se acostumar com a vida carioca e a aprender a lidar com a saudade de casa. "Não sei como vou fazer para lidar com a falta que vou sentir dos meus pais, do meu namorado e dos meus cachorros. Mas espero dar um jeito."

 
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